Meu filho vive doente, preciso tirá-lo da escola?

Com o retorno efetivo às aulas presenciais estamos vivenciando um período crítico de infecções respiratórias (resfriados, bronquiolites), gastrointestinais (“viroses” com vômitos e diarréia) e outras doenças virais como a síndrome mão-pé-boca. ⠀

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Essa situação se deve, entre outros fatores, aos longos meses de isolamento social e aulas à distância durante a pandemia, onde a ausência de convívio social fez com que as crianças não desenvolvessem imunidade efetiva contra os agentes infecciosos mais comuns dos primeiros anos de vida. ⠀

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Mas será que tirar as crianças da escola é a solução ideal para evitar as infecções? ⠀

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A exposição aos vírus é parte importante do desenvolvimento da resposta imunológica das crianças, por isso privá-las do convívio social não é efetivo como também pode ser prejudicial para a criança a longo prazo. ⠀

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Entretanto, outros fatores devem ser avaliados antes de tomar essa decisão. ⠀

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Em alguns casos, as infecções virais que na maioria das vezes se resolvem espontaneamente acabam evoluindo com complicações (otites, sinusites) que necessitam de antibióticos para serem tratadas. ⠀

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O uso frequente de antibióticos leva a alterações da microbiota intestinal (bactérias, fungos e vírus que habitam o intestino e são uma parte importantíssima da defesa contra infecções), uma condição que chamamos de disbiose intestinal e que pode tornar as crianças mais suscetíveis a novas infecções. Além disso, o surgimento de resistência bacteriana é um evento que também não pode ser ignorado. ⠀

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Outro fator a ser considerado é a idade da criança. Quanto mais jovem a criança mais imaturo será o seu sistema imunológico e mais suscetível ela estará a infecções e complicações. Por isso, postergar a entrada da criança na escola pode ser uma boa opção (lembrando que mesmo fora da escola ela continuará tendo contato com os agentes infecciosos através do convívio com outras crianças, apenas de forma menos intensa). ⠀

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Assim, a decisão de tirar a criança da escola (mesmo que momentaneamente) deve ser feita em conjunto com os pais e o pediatra da criança, avaliando os prós e contras de cada caso de forma individual e personalizada. ⠀

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